segunda-feira, 28 de março de 2011

11 atividades para ensinar língua estrangeira

Texto sugerido pela Coordenadora Elaine Cristina (CESCON)

Com atividades lúdicas bem planejadas, você entretém seus alunos sem deixar de apresentar os conteúdos do programa.

Será que seus alunos já notaram que, ao apagar o abajur ou ir ao toalete, esbarram no francês? Ou que na hora da refeição podem optar por um farto self-service ou por um delivery, termos emprestados do inglês? Aprender outros idiomas, no entanto, vai muito além de conhecer palavras estrangeiras adotadas por aqui. Ao dominar outras línguas, a garotada tem a possibilidade de manter contato com povos e culturas diferentes, amplia o acesso a diferentes fontes de pesquisa como livros e internet, faz amigos no exterior e melhora as chances de conseguir bons empregos no futuro.

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Para envolver a turma nas aulas de Língua Estrangeira, uma boa dose de diversão é bem-vinda: troca de correspondência, jogos, música e filmes ensinam e entretêm. Na Escola da Vila, por exemplo, as crianças produziram belíssimos cartões-postais de São Paulo para trocar com alunos da Coreia do Sul.

Começar do que eles conhecem

Segundo a consultora Celina Bruniera, de São Paulo, um bom program em Língua Estrangeira tem por base o conhecimento linguistico, textual e de mundo que o estudante traz. "Na hora de escolher os textos que serão trabalhados, opte primeiro por aqueles com informações familiares à turma", afirma Celina. Além disso, é mais rico ler uma biografia ou uma notícia do que frases soltas, como: "Qual é seu nome?" ou "Onde você mora?".
Letras de músicas? Sim, elas também fazem sucesso e, com certeza, podem enriquecer as aulas desde que atendam aos objetivos do seu planejamento. Se você analisar a letra e perceber que é mal escrita, nada feito.
Para manter vivo o interesse da garotada pelas aulas e ao mesmo tempo atender aos diferentes objetivos didáticos, os professores de Inglês do Colégio Estadual Douradina, na cidade paranaense de mesmo nome, resolveram incentivar os alunos de 5ª a 8ª série e de Ensino Médio a ir além do livro didático. As turmas treinaram conversação com uma estudante inglesa convidada a participar das aulas por meio de um programa de intercâmbio. "Os alunos ficaram motivados porque conseguiram se comunicar com ela e perceberam que sabiam mais do que imaginavam", conta Nilza Fardin, professora de Inglês e orientadora educacional da escola.
Para aprimorar a leitura e a escrita, eles produziram um jornal, um livro de jogos e outro de receitas e até um folheto turístico bilíngue, que é distribuído aos visitantes da cidade. Essas e outras atividades estão descritas a seguir.

Aprendizado, envolvimento e diversão


Para ter sucesso entre a garotada e ser eficiente pedagogicamente, as atividades não requerem grandes recursos. Elas podem ser desenvolvidas em todas as séries , desde que você adapte os conteúdos previstos no seu planejamento. Cabe ao professor decidir sobre a melhor forma de introduzir o uso da língua estrangeira como meio de comunicação. Na hora de dar as coordenadas à classe, pode haver a necessidade de usar a língua materna para evitar angustiar e inibir os alunos ou pode ser melhor usar, desde o começo, a língua estrangeira como forma de desafiar os alunos a lidar com o diferente.

1. Contar história

As luzes da sala estão apagadas e a meninada na expectativa. Do lado de fora, você se prepara com os acessórios necessários (como um chapéu ou uma espada de mentira) e já entra narrando, na língua estudada, as peripécias dos personagens. A pronúncia clara, os gestos e a entonação da voz ajudam a meninada a entender a narrativa. Essa atividade aprimora a compreensão oral da língua. O objetivo mais importante é despertar nos alunos a certeza de que têm a capacidade de interagir com o idioma, ainda que não o dominem. Mesmo que a turma seja iniciante, histórias com vocabulário pobre devem ser evitadas.

2. Ler texto teatral

O objetivo dessa proposta é explorar as rubricas, as observações entre colchetes que aparecem nos textos teatrais e que determinam a ação (e não a fala) dos personagens. Lida a peça, os alunos são desafiados a mostrar, por meio de fotografias ou desenhos, apenas o que as rubricas trazem (coloca a mão na testa e se ajoelha), por exemplo. As imagens são trocadas com os colegas, que devem descobrir a que rubrica cada imagem se refere. Os alunos aprendem as características de um texto sem narrador e exercitam a leitura, a escrita e a fluência oral na língua.

3. Cartões-postais

Aqui cabem parcerias com professores de outras disciplinas, como Arte, História ou Geografia. os estudantes produzem cartões-postais com imagens de pontos turísticos ou informações relevantes sobre a cidade onde moram. No verso, escrevem um pequeno texto, contando um pouco sobre o local escolhido e sobre eles próprios. Terminada essa etapa, é necessário fazer contato com uma escola de outro país que queira trocar os postais com a turma. A atividade permite utilizar a língua numa situação real de comunicação e aprimorar a redação de textos descritivos e informais. Além disso, proporciona um maior contato dos alunos com o lugar onde moram e o conhecimento sobre a cultura e o modo de vida de crianças e jovens de outros países.

4. Filmes

Você lê com a classe a crítica de um filme escrita no idioma estudado. Ao assistir ao DVD (sem legendas), os alunos treinam a escuta e anotam passagens que não conseguiram entender para pesquisas posteriores. Em seguida, todos debatem sobre o filme e a crítica. A próxima etapa envolve a produção de resenhas. Essa atividade aprimora a redação de textos e o enriquecimento do vocabulário.

5. Músicas

Ao escolher canções para trabalhar em sala, é preciso primeiro definir os objetivos. Se a intenção é explorar conteúdos gramaticais, a letra deve trazer subsídios suficientes. O critério de seleção não se restringe somente às preferências da turma, mas juntar o útil ao agradável é sempre bom. A música serve para treinar a pronúncia e fazer com que eles identifiquem sotaques diferentes, conforme a origem do cantor.


6. Folheto turístico

A meninada vai achar um barato produzir um folheto bilíngue e ilustrado para os visitantes da cidade no computador ou manualmente. Os alunos fazem um levantamento dos pontos turísticos: igreja da praça central, museus, reservas naturais, parques, clubes...
Antes de começar a redigir, é essencial que os estudantes tenham contato com os textos publicitários. A atividade desenvolve conteúdos como construções imperativas ou sugestivas, uso de tempos verbais no presente e adjetivação.

7. Palavras cruzadas

Nesta atividade, cada criança inventa um jogo e desafia os colegas. Para o trabalho ser siginificativo, cabe aos alunos elaborar os enunciados na língua estudada, e não apenas um exercício de tradução. Por exemplo: se a palavra a ser encontrada é "teacher", é mais desafiador que eles escrevam "the person who teaches at a school.", e não apenas o termo em português. Essa é uma maneira de estudar vocabulário e qualquer estrutura gramatical.


8. Livro de receitas

Pa
ra começar, a turma lê receitas facéis de preparar escritas na língua estrangeira. A tarefa seguinte é identificar palavras e expressões comuns nesse tipo de texto, como bater, misturar tudo, assar, untar. Depois de se familiarizar com a linguagem, a turma traz de casa a receita predileta e a escreve na língua estudada. Hora de colocar a mão na massa: ao ensinar os colegas a preparar os quitutes, os alunos são estimulados a enriquecer o vocabulário e ainda praticam a linguagem oral. Além dos verbos no imperativo e infinitivo, eles aprendem a usar advérbios e locuções adverbiais.

9. Jornal


Ao produzir um jornalzinho, os estudantes são estimulados a escrever, pois abordam temas relacionados ao seu cotidiano. Eles se aproximam dos diversos gêneros jornalísticos ao fazer as colunas de horóscopo e de piadas, quadro de recados, contos e críticas culturais, entrevistas e cobertura de eventos. A turma pode procurar na internet sites de jornais do exterior, para saber como esses textos se organizam. E vai aprimorar a leitura e a redação. Se a escola não tiver acesso à rede, é importante conseguir um exemplar de jornal estrangeiro, mesmo que não seja recente, para mostrar à classe.

10. Visitantes estrangeiros


Se você conhece alguém na comunidade natural de outro país ou fluente na língua estudada pela garotada, eis uma oportunidade de organizar aulas de conversação envolventes. Caso o visitante não tenha tempo, vale uma palestra sobre seu país, a cultura e os costumes do lugar onde nasceu. Para tornar o encontro mais rico, os alunos elaboram roteiros de entrevista com antecedência e pesquisam sobre a nação em questão. Uma boa pedida é gravar a entrevista com antecedência e pesquisam sobre a nação em questão. Uma boa pedida é gravar a entrevista e escutá-la nas aulas seguintes.

11. Narrativa vira diálogo


Na escola da Vila, em São Paulo, os 6º anos participaram de um projeto de inglês que desenvolveu, de forma divertida, as habilidades de leitura, escritas, pronúncia e escuta.
Cada turma de 12 a 15 alunos transformou a narrativa em inglês de Ali Babá e os Quarenta Ladrões em um diálogo. O projeto durou três meses e gerou ótimos resultados . Na hora de escolher o texto, as professoras optaram por um livro com vocabulário para aprendizes de nível elementar (aproximadamente 600 palavras).
Os estudantes leram o texto de diferentes maneiras: sozinhos, em voz alta, em dupla, em casa ou acompanhando a professora, para treinar a escrita e melhorar a pronúncia. Depois de dominar o vocabulário e compreeder bem a trama, veio o desafio: transformar a narrativa em diálogo. Como lição de casa, os alunos dividiram o texto em dez partes e fizeram um storyboard, uma espécie de filminho em que a história é resumida em desenhos.
Em classe, cada um deles tinha sugestões a dar. Juntos, fizeram um único storyboard.
Depois disso, veio a produção de diálogos.
Em duplas, os alunos redigiram as falas de cada parte. Como o narrador dava apenas a noção de tempo e espaço, eles não podiam dizer que Ali Babá era lenhador e casado. Tinham que transformar essas informações em falas dos personagens. A esposa, por exemplo dizia em inglês: "Querido, sei que você está cansado de cortar lenha o dia todo. Preparei o jantar." Ali Babá respondia: "Você é a melhor esposa do mundo." Pronto, o recado estava dado. "Os alunos se envolveram muito porque, ao criar os diálogos, podiam soltar a imaginação", conta a professora de Inglês Tathiana Barbosa Lima, da Target Teaching, que atua na Escola da Vila.
Para que todos participassem da leitura interpretada que encerraria a atividade, os alunos foram orientados a criar frases para personagens que não tinham destaque, como os ladrões. Já as falas de Ali Babá, numerosas, foram divididas entre dois ou mais alunos. Os diálogos foram passados aos colegas para que conferissem se o final de um trecho estava coerente com o começo do outro. Na hora de corrigir, as professoras verificaram a ortografia, se o aluno havia conseguido comunicar o que pretendia e se tinha empregado no texto o conteúdo ensinado. "Não se pode exigir que acertem o que eles ainda não aprenderam", alerta Sandra Durazzo.
A última etapa foi a apresentação, em que todos apareceram com turbantes na cabeça. O desafio era entender bem o que o colega dizia e interagir fluentemente no diálogo, usando a entonação e a expressão certas para cada personagem. Dessa maneira, a turma treinou a escuta e apronúncia. "Os alunos aprenderam porque utilizaram a língua para solucionar problemas e não porque foram apresentados ás regras", conclui Tathiana.








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