quinta-feira, 18 de março de 2010

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"A LÍNGUA INGLESA NO BRASIL E NO MUNDO."

Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva


O inglês no mundo

Segundo Conrad e Fishman (1977), são doze os países cuja língua nativa é o inglês. São eles: Austrália, Bahamas, Barbados, Canadá, Estados Unidos (incluindo Porto Rico), Granada, Guiana, Inglaterra, Irlanda, Jamaica, Nova Zelândia e Trinidad. Além desses, outros 11 países, Botsuana, Fiji, Gâmbia, Gana, Libéria, Maurício, Nigéria, Rodésia, Serra Leoa, Uganda e Zâmbia, tem o inglês como única língua oficial e 14 países, Camarão, Índia, Lesoto, Malui, Malta, Namibia, Nauru, Filipinas, Singapura, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Tonga e Samoa Ocidental tem o inglês como segunda língua oficial. Ainda, segundo a mesma fonte, há 8 países onde a língua inglesa possui algum status oficial, apesar de não ser a língua oficial. São eles: Burma, Etiópia, Israel, Kênia, Malásia, Paquistão, Siri Lanka e Sudão. Como podemos observar, dos 33 países citados, apenas a Etiópia não foi anteriormente uma colônia de fala inglesa.


O número de falantes de inglês como língua estrangeira e como segunda língua é de 300 a 400 milhões e o nímero de falates nativos é de quase 300 milhões, somando um total de 700 milhões de falantes em todo o mundo. O número de falantes não nativos supera os australianos (15,8 milhões), canadenses (25,4 milhões), britânicos (56,4 milhões), americanos (238,9 milões), e novo-zelandeses (3,3 milhões).


Em muitos países não-falantes do inglês - Dinamarca, Suécia, Holanda, Suíça, Índia, Paquistão, Malásia e outros países da Ásia e da África - mais de 10% da população falam inglês. Na Alemanha e em algumas partes do mundo de língua espanhola, o número de pessoas que falam inglês está se aproximando de 10% da população.


Há uma crescente demanda para a aprendizagem do inglês no mundo inteiro. É uma epidemia que contamina 750 milhões de pessoas no planeta. Essa língua sem fronteiras está na metade dos 10.000 jornais do mundo, em mais de 80% dos trabalhos científicos e no jargão de inúmeras profissões, como a informática, a economia e a publicidade.


Isto não acontece apenas no terceiro mundo. O inglês é a principal língua estrangeira estudada em países do primeiro mundo como a Rússia, por exemplo. O interesse de vários países em promover o ensino desse idioma é uma forma de se ter acesso à ciência e à tecnologia ocidental, ao comércio e turismo internacional e à ajuda militar e econômica.


A língua inglesa é ouvida nas novelas de televisão, nos documentários, propagandas, programas de rádio como BBC, Voz da américa e até na rádio Moscou. O inglês aparece no rock estrangeiro e também no nacional. Está presente em adesivos dos carros, nas macas de carro, nos nomes das casas comerciais, nos produtos, nas pichações de muros etc.


O inglês já possui muitos dos requisitos para ser uma verdadeira língua franca, pois já é a língua da diplomacia, a língua predominante nas correspondências, a língua principal na aviação e nas transmissões radiofônicas.

O inglês no Brasil

Desde a hora em que a burguesia brasileira acorda ao som de um FM/AM electronic Digital Clock Radio, apertando a tecla snooze para descansar mais um pouquinho, e os menos favorecidos pulam da cama, assustados com o barulho de um Westclox, made in Brasil, até a hora em que a televisão Sharp, Philco ou Panasonic é desligada e a lâmpada General Electric apagada, o povo brasilerio é, a cada instante, bombardeado por palavras de língua inglesa.


Escovam-se os dentes com Close up and Colgate. Usam-se meias hang-ten; tênis Nike, Dock-siders, calças feitas de índigo blue jeans combinadas com t-shirts da Company, Ralph Lauren, Ocean Pacific e muitas outras com frases impressas em inglês.


Depois de se vestir com Master Stormy, Golden Cup, Copper Summer Line, Strike, Fitnes, Top Plus, Triumph, ou tantas outras marcas de roupa, a elite brasileira vai até a cozinha, que pode ser projetada pela kitchens ou pela Cook, em busca do café da manhã. Come biscoitos cream-cracker, waffles ou mesmo chips com café mantido quente na garrafa térmica Alladin Pump-A-Drink.


Para os estudantes, o próximo passo é pegar sua mochla Company e verificar se todos os seus objetos, inclusive canetas Bic, Paper Mate ou até mesmo uma Park Vector, estão dentro do estojo made in Taiwan.


Ao sair de casa, fecham-se as portas Duradoor do closet, do living e do hall de entrada. Os carros Wagon, Weekend , Hatch percorrem ruas e avenidas enfeitadas com os mais diversos tipos de placas em inglês: Zoomp, Wranglers, Center Pizza, Mickey Mouse, Gipsy, MacDonald, Hi-Fi, Central shopping, Ice Dream, People, Bogart´s, Acts, Colorcenter, Cook, Habit, Golden Cross, Good-Year, Sun Electric, etc. Em algumas vitrines, em vez de liquidação lê-se SALE.


Ao entrar em uma lanchonete, pode-se tomar uma diet-coke e comer um hot dog, um hamburger, um cheeseburger ou qualquer outro burger simples ou double. Nos fins de semana, pode-se ir a uma Steak House ou a um restaurante self-service. À noite, toma-se um whisky em um Scotch bar ou em casa, onde o status do dono da casa é medido pela marca do produto. O whisky nacional não é prestigiado e não há uma marca única de whisky com nome brasileiro. O grande dilema é saber se o Passport, Johnny Walker, Long John, etc, foi ou não engarrafado no Brasil, o que fatalmente diminui o seu valor.


Símbolo de status social, a língua inglesa está presente nos quatro cantos de uma residência onde aparelhos de rádio e televisão, vídeo, etc, são ligados e desligados através das indicações ON e OFF.


São frequentes também os nomes próprios comerciais em inglês, como Academia Muscle, Steel Center, Big Loc, Holly Mix, Rubberplast, etc.


Jornais e revistas estão cheios de expressões em inglês e até propagandas redigidas nessa língua podem ser encontradas nas revistas brasileiras.


Há já muito que as multinacionais não se dão ao trabalho de traduzir, ou sequer adaptar à ortografia de nossa língua, os nomes de seus produtos e /ou marcas registradas. Isso se compreende: para elas, a ideia de um mundo só é não uma utopia solidarista, mas uma conveniência comercial. Mas eis agora que empresas brasileiras começam também a falar inglês de marketing. Basta ler, nos jornais de domingo, os anúncios de imóveis, particulamente de edifícios de preço mais ou menos astronômico. Neles, você tem o privilégio de desfrutar um penthouse garden, dormir numa suite master, dispor de flat service, lanchar na coffee shop, bronzear-se no deck da piscina ou bebericar no wave bar, enquanto seu filhos ficam no playground e o seu carro no wash car box. Depois você vai para o seu first class office em algum commercial building e moureja até o happy hour em que no American bar pode fazer um relax ao som de um stereo system tomando seu scotch ou, na pior das hipóteses, whisky, que uísque é coisa que só dicionarista aguenta beber...

Como se vê, o marketing tupiniquim está falando o idioma oficial do hit parade, onde ao rock feito em casa, na língua da terra, só cabe a parte do cordeiro, jamais a do leão. E se pensar que 90% dos jovens consumidores desse tipo de música não entendem o inglês berrado pelos seus cantores mais badalados, chega-se à fácil conclusão de que para curtir não é preciso entender, antes pelo contrário.
Na televisão, podemos ser supreendidos pelos entrevistados misturando inglês ao português, utilizando-se de expressões como "I´m too old, I´m too tired" or "I´ll do my best". Em algumas novelas ouvimos alguns personagens dizendo, várias frases em inglês ; "Business is business and life is very funny. Kiss you."; "So good to be true"; "Tomorrow is another day", entre outras.



Ensino de Língua Inglesa

Reflexões e experiências

Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva


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